As descargas atmosféricas são responsáveis por um grande número de desligamentos das linhas de transmissão e distribuição de energia elétrica, além da queima de um número considerável de transformadores de distribuição. No Brasil, cerca de 70% dos desligamentos na transmissão e 40% na distribuição são provocados por raios. Cerca de 40% dos transformadores também são queimados por raios.
Tais números causam um impacto considerável na qualidade de energia, o que pode ser constatado pela alta correlação entre a incidência de descargas e os índices DEC e FEC da maioria das empresas do setor elétrico.
O desligamento de uma linha de transmissão por uma descarga atmosférica é produzido pelo impacto direto da descarga sobre uma fase da linha, gerando uma quebra do isolamento e um curto-circuito na forma de um arco visível entre ela e o cabo guarda denominado “flashover”. O desligamento também pode ocorrer pelo impacto direto da descarga sobre o cabo guarda ou a torre, produzindo um arco entre ele e uma fase da linha denominada “backflashover”. Neste último caso, o arco é facilitado quando o cabo guarda ou a torre não é bem aterrada.
O desligamento pode ainda ocorrer devido ao impacto direto da descarga sobre a linha, como também devido à tensão induzida na linha por uma descarga que ocorra próxima ela. Como decorrência, arcos podem ser gerados tanto na linha como nos transformadores.
Para minimizar o elevado número de desligamentos provocados por raios, diversas técnicas têm sido desenvolvidas, destacando-se entre elas o aperfeiçoamento dos sistemas de aterramento, de modo a minimizar a impedância de aterramento, e o uso de para-raios. Tais técnicas podem ser aplicadas em regiões críticas das linhas onde a incidência de descargas é maior.