A técnica consiste, basicamente, em mandar um pequeno foguete (de cerca de 80 cm) em direção a uma tempestade quando o campo elétrico no solo é bastante intenso. O resultado é a formação de um relâmpago artificial.
Relâmpagos obtidos a partir de foguetes conectados por fio à Terra foram obtidos pela primeira vez no final da década de 1960, com lançamentos feitos a bordo de navios – sabe-se que o campo elétrico sobre os oceanos é maior devido à menor corrente corona.
O foguete sobe a uma velocidade de 200 m/s, desenrolando um fio condutor de aço ou cobre coberto com kevlar preso ao solo. Quando o foguete atinge a altura de 200 m a 300 m, a corrente corona na ponta do foguete atinge vários miliampères, dando início a um líder que se desprende do foguete subindo em direção à nuvem. Quanto maior o campo elétrico no solo, menor é a altura em que o líder inicia-se e maior é a chance de se obter um relâmpago artificial.
Campos elétricos entre 7kV/m e 10 kV/m geralmente são suficientes para se obter um relâmpago induzido. Dependendo do sentido do campo elétrico no solo, isto é, da polaridade das cargas predominantes na parte inferior da nuvem, o líder poderá ser positivo ou negativo. No caso mais comum, correspondente a um predomínio de cargas negativas, o líder é positivo e propaga-se inicialmente de forma escalonada e a seguir de forma quase contínua. Quando ele atinge a nuvem, duas situações podem ocorrer de forma similar a um relâmpago solo-nuvem negativo.
Em quase 70% dos casos, após um período de algumas centenas de milissegundos de corrente contínua, com pulsos de corrente de algumas centenas de ampères sobrepostos, um líder contínuo sai da nuvem em direção ao solo, sendo seguido por uma descarga de retorno similar às descargas de retorno subsequentes em relâmpagos nuvem-solo negativos, porém levemente mais intensas. Novos líderes contínuos e descargas de retorno podem ocorrer, aparentemente, em um número superior àquele registrado para relâmpagos solo-nuvem negativos.
Nos outros casos, não ocorrem descargas de retorno, sendo o líder seguido somente por uma corrente contínua com pulsos sobrepostos. Se o líder é negativo, ele apresenta etapas típicas de um líder escalonado e normalmente não tem descargas de retorno, e somente corrente contínua com pulsos sobrepostos, embora neste caso os pulsos sobrepostos possam algumas vezes atingir amplitudes comparáveis a descargas de retorno.
A presença de longas correntes contínuas em relâmpagos gerados por foguetes faz com que, embora as descargas de retorno tendam a ser menores do que a primeira descarga de retorno em relâmpagos nuvem-solo, as cargas totais transferidas para o solo sejam maiores do que a de relâmpagos nuvem-solo. Por outro lado, devido ao fato de que logo após a ocorrência de um relâmpago natural o campo elétrico tende a diminuir, períodos de alta atividade de relâmpagos tendem a tornar mais difíceis à obtenção de relâmpagos induzidos. Isso faz com que a maioria dos relâmpagos induzidos seja obtida na fase final das tempestades.
O canal do relâmpago artificial obtido pela técnica clássica apresenta em sua parte final uma trajetória reta, por causa da presença do fio condutor que, embora seja vaporizado instantaneamente pela corrente do líder, mantém um caminho ionizado por onde a corrente irá passar.
Posteriormente, a técnica foi modificada e passou a se chamar método de altitude, deixando que a parte do fio próxima ao solo fosse isolante. Neste caso, o relâmpago ao chegar ao fim do fio condutor e muda seu trajeto para a atmosfera.