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Mais certeza nas previsões de tempestades geomagnéticas

por INPE
Publicado: Set 01, 2006
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São José dos Campos-SP, 01 de setembro de 2006

Imagem Mais certeza nas previsões de tempestades geomagnéticas

Considerado um dos grupos mais avançados em previsão de tempestades geomagnéticas, o grupo MAGHEL (Magnetosfera - Heliosfera), da Divisão de Geofísica Espacial do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espacias, órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia), recebeu a visita do Dr. Bruce Tsurutani, do Jet Propulsion Laboratory da NASA, entre os dias 14 e 18 de agosto.

Dr. Tsurutani e o coordenador do MAGHEL, Dr. Walter Gonzalez, são autores do trabalho publicado em 2004, sobre a histórica super tempestade geomagnética que atingiu a Terra em setembro de 1859, danificando os telégrafos, principal meio de comunicação da época. Referenciado e discutido internacionalmente, o trabalho afirma que esse tipo de tempestade pode se repetir. “Chegamos a essa conclusão unindo os dados históricos geomagnéticos e de regiões aurorais da Terra aos modelos atuais para super tempestades desenvolvidos pelo grupo, no INPE”, explica Dr. Gonzalez.

As tempestades geomagnéticas são o resultado de edições de matéria da superfície do sol, lançadas pelas atividades e erupções solares. Caso uma nova super tempestade chegue ao planeta, os prejuízos serão desde blackouts até a danificação de satélites, devido à intensidade de energia das partículas. Ainda, no sul do Brasil existe uma área denominada Anomalia Geomagnética Brasileira, na qual a radiação produzida pela super tempestade geomagnética é mais energética e mais penetrante.

No entanto, Dr Gonzalez afirma que hoje é possível dar alertas a partir dos modelos desenvolvidos pelo MAGHEL e do conhecimento da atividade do sol por meio do satélite SOHO, da Organização Espacial Européia. “Podemos calcular o tempo de chegada do material ejetado pelo sol e nossos modelos tentam prever a magnitude da tempestade: super intensa, intensa ou moderada”.

Uma previsão com 90% de certeza sobre a intensidade da tempestade pode ser feita por meio das medições do satélite estacionário ACE, da NASA, que intercepta o material vindo do sol com uma hora de antecedência até chegar à Terra, tempo necessário para que satélites sejam desligados evitando grandes prejuízos.

Além do livro que o MAGHEL e a American Geophysical Union estão editando para o fim deste ano, a previsão de tempestades geomagnéticas ganha mais recursos com as espaçonaves STEREO, da NASA, que a patir de 2007 vão estudar com mais detalhes o material lançado pela atividade solar.



Ilustração das reslações Sol - meio interplanetário - Terra, durante tempestade geomagnética.


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