Você está aqui: INPE / Comunicação e Comunidade / Sala de Imprensa / Leia na íntegra

Notícia

Satélite meteorológico de última geração beneficia pesquisas sobre o Nordeste

por INPE
Publicado: Jun 13, 2006
Compartilhamento no FacebookCompartilhamento no Twitter

São José dos Campos-SP, 13 de junho de 2006

Imagem Satélite meteorológico de última geração beneficia pesquisas sobre o Nordeste

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, começou a receber imagens e dados do satélite Meteosat-8, de segunda geração (Meteosat Second Generation – MSG), que deverá trazer novos avanços para a pesquisa, previsões e monitoramentos meteorológicos para o país. As imagens deste novo satélite estarão acessíveis operacionalmente a partir do dia 14/06, através da homepage da Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais do INPE. Os satélites Meteosat são operados pela empresa européia Eumetsat e desenvolvidos pela Agência Espacial Européia (ESA) em parceria com a indústria.

As imagens e dados obtidos pelo Meteosat-8 serão úteis, principalmente, às pesquisas e aos estudos meteorológicos relacionados ao Nordeste, à costa brasileira e ao Atlântico Sul. A cobertura privilegiada deste satélite à porção tropical e equatorial do Atlântico Sul favorece o acompanhamento de sistemas meteorológicos que influenciam o tempo e o clima do Nordeste.

As novas tecnologias a bordo do satélite melhoram a qualidade das informações meteorológicas - com o aumento da resolução espacial, por exemplo - e, ao mesmo tempo, ampliam a quantidade de dados atualmente disponíveis, com a operação de sensores em 12 canais do espectro do visível e infravermelho, contra os atuais 5 canais. A possibilidade de geração de cartas da temperatura da superfície do mar, do vigor da vegetação, da instabilidade atmosférica e da quantidade de aerossóis são algumas das principais inovações, além da recepção de novas imagens a cada 15 minutos, contra os atuais 30 minutos.

O INPE utiliza também imagens do GOES, da NOAA, dos Estados Unidos, que cobre melhor a América do Sul e o Brasil em relação ao Meteosat. Este satélite foca primordialmente o Atlântico Sul e a África. Mesmo assim, os aprimoramentos tecnológicos desta nova geração de Meteosats compensam esta desvantagem de posicionamento e cobertura para a América do Sul, afirma o chefe da Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais do INPE, Luiz Augusto Machado. A versão mais avançada do GOES deverá ser lançada somente em 2012.

Além das melhorias desta nova geração de Meteosats, o fato de transmitirem dados à Terra através de um sistema de televisão permite, de um lado, reduzir o custo de infra-estrutura de recepção de imagens e, por outro, enviar uma série de informações adicionais, como por exemplo dados de direção e velocidade dos ventos na superfície dos oceanos.

Apesar da cobertura privilegiada do território brasileiro com os satélites GOES, Machado afirma que não há meios para garantir a recepção de suas imagens de forma sistemática. A NOAA, responsável por estes satélites, tem deslocado com freqüência os equipamentos que cobrem o hemisfério Sul para acompanhar os furacões que surgem no hemisfério Norte.

Recentemente, a NOAA e o INPE negociaram o deslocamento do GOES-10 para uma órbita mais favorável para a cobertura do país. Haverá melhorias, como aumento da freqüência de imagens, que passarão a ser geradas a cada 15 minutos, e maior freqüência de sondagens do perfil vertical da atmosfera, com a geração de dados de temperatura e umidade. Ainda assim, o Meteosat-8 apresenta vantagens tecnológicas superiores. Machado ressalta, no entanto, que a combinação dos dados dos dois satélites é fundamental à meteorologia do país.


Logo INPE © Todas as matérias e imagens poderão ser reproduzidas, desde que citada a fonte.