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INPE instala nova câmara para simular condições do satélite em órbita

por INPE
Publicado: Jun 09, 2006
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São José dos Campos-SP, 09 de junho de 2006

Imagem INPE instala nova câmara para simular condições do satélite em órbita

Entre o porto de Santos e São José dos Campos, numa operação que levou 27 dias, foram necessárias seis carretas para transportar a estrutura externa da nova câmara de simulação do ambiente espacial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia. A nova aquisição do Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto custou US$ 9 milhões, investimento feito através do Programa CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres). A câmara simula as condições de temperatura e de ausência do ar que o satélite enfrentará quando estiver em órbita.

A estrutura externa da câmara veio da Espanha, onde fica a sede da Telstar, vencedora da concorrência internacional realizada em 2004, que subcontratou outras empresas para a completa construção do equipamento. A parte térmica chega dos Estados Unidos nas próximas semanas, e será integrada durante o trabalho de montagem, que deve durar mais três meses. Depois disso, a nova câmara vácuo- térmica estará pronta para os testes do CBERS-2B, satélite que substituirá o CBERS-2 e que tem lançamento previsto para maio de 2007.

“É preciso simular todas as condições que o satélite irá enfrentar desde o seu lançamento até o fim de sua vida útil no espaço. Este trabalho é imprescindível, pois na ocorrência de alguma falha não será possível fazer a manutenção do equipamento em órbita”, explica o engenheiro José Sérgio de Almeida, gerente do projeto da nova câmara espacial.

A câmara de aproximadamente 150 toneladas terá dimensões externas de 9 metros de largura, 10m de comprimento e 10m de altura. “Ela é própria para testar satélites de grande porte, como o CBERS, que possui massa maior que 1.500kg. Com a nova câmara vácuo-térmica, vamos atender ao programa espacial brasileiro e também estaremos aptos a oferecer a matriz completa de testes a outros países”, informa José Sérgio.

Dentre suas principais características, esta nova câmara vácuo-térmica possui uma faixa operacional de temperatura de que vai de -196°C a +150°C, alto vácuo da ordem de 10-7mbar e um sistema de aquisição de dados com capacidade de 1.500 canais, bem como um completo equipamento de análise de contaminação.

Além dos testes térmicos, os satélites passam por testes elétricos, de vibração e choque, acústicos e de compatibilidade eletromagnética, complementados pelas medidas de propriedades de massa. Para estes, o INPE já tem instalados equipamentos de grande porte.

O fato de oferecer a “matriz completa de testes” está atraindo o interesse de países como Argentina, México, Venezuela e Portugal, que poderão trazer seus satélites para o INPE. “Isto porque somos competitivos. Temos condições de oferecer um bom preço e a nossa qualidade é inquestionável”, diz o engenheiro. O LIT é o único laboratório do gênero no Hemisfério Sul capacitado para a realização de atividades de montagem, integração e testes de satélites e seus subsistemas.

Existem poucas câmaras de simulação espacial deste porte no mundo. Logo, quando uma delas fica pronta, reúne todos os últimos avanços tecnológicos e se torna um instrumento estratégico de qualificação espacial. “É o estado da arte em simulação espacial”, resume o gerente do projeto.

Montagem da câmara no LIT deve levar mais três meses


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