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Projeto apresenta mapas inéditos da região amazônica

por INPE
Publicado: Mai 18, 2006
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São José dos Campos-SP, 18 de maio de 2006

Imagem Projeto apresenta mapas inéditos da região amazônica

Mapas completos da hidrografia e da cobertura vegetal referentes ao ano 2000 são os primeiros resultados do Projeto Panamazônia II, em desenvolvimento no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia. É a primeira vez que a floresta tropical úmida da América do Sul ganha um mapeamento neste nível de detalhe, oferecendo uma ferramenta precisa para análise técnica e científica. Com a conclusão do Panamazônia, prevista para o final de 2006, ficarão evidentes as áreas desmatadas, o solo com rebrota, a vegetação queimada, entre outras características.

O Mapa da Hidrografia e o Mapa da Cobertura Vegetal da Amazônia Sul Americana seguem uma base cartográfica disponibilizada pela NASA com reconhecida qualidade tanto na escala regional (3.000.000) quanto em escalas de maior detalhe (250.000 e 100.000). “Os temas dispostos foram extraídos a partir de um procedimento único sobre uma mesma base de dados podendo ser avaliado ou repetido por terceiros, conforme recomenda a metodologia científica. Diferem assim, fundamentalmente, da grande maioria dos mapas publicados que foram frutos de trabalhos de compilação de resultados obtidos a partir de vários métodos e de diferentes fontes de dados”, explica Paulo Roberto Martini, coordenador do Panamazônia II.

Os mapas foram desenvolvidos, editados e disponibilizados em nível digital com o suporte de fotointérpretes, garantindo, assim, maior valor científico agregado. “Pode-se afirmar a partir destes primeiros resultados do Projeto que bases temáticas panamazônicas tanto para hidrografia quanto para vegetação estão agora realmente disponíveis”, adianta o pesquisador.

Metodologia
No Panamazônia II, a legenda dos mapas finais irá contemplar Floresta, Floresta Alterada, Cerrado, Rebrota, Área Queimada, Desmatamento Total, Hidrografia, Nuvem, Cidade, Estrada, Porto e Outros. Esta legenda, mais completa, foi solicitação do grupo executivo liderado pela Agência Brasileira de Cooperação do Ministério de Relações Exteriores, que orienta a aplicação de fundos de financiamento ao Projeto.

Para a obtenção destes dois mapas iniciais, os pesquisadores Valdete Duarte e Yosio E. Shimabokuro, da Divisão de Sensoriamento Remoto do INPE, utilizaram os mosaicos ortorretificados GEOCOVER, com alta qualidade na geometria dos temas mapeados. "O processamento destes mosaicos consiste na geração das imagens frações derivadas do modelo linear de mistura espectral, com o objetivo de realçar feições de interesse e ao mesmo tempo reduzir a dimensionalidade dos dados a serem processados", explica Valdete Duarte. "A seguir procede-se o fatiamento das imagens frações, seguida da tarefa de edição matricial, feita na tela do computador pelo fotointérprete que interfere corrigindo o mapa obtido automaticamente pelo computador”, completa o pesquisador.

Tendo a distribuição da mata natural referente ao intervalo 1999-2000, agora serão utilizadas as imagens MODIS do ano de 2005 para avaliar em cada país a perda da floresta tropical úmida ocorrida durante o período. A continuidade do monitoramento global anual de toda a floresta tropical úmida da América do Sul, ou seja, a sistematização do Projeto PANAMAZÔNIA II, terá como mapa base o produto final obtido com as imagens de 2005. A partir daí novas imagens MODIS serão inseridas na base de dados para executar o monitoramento, inicialmente anual, do desmatamento em toda região do domínio panamazônico que compreende cerca de 7.700.000 quilômetros quadrados.

Produtos gratuitos
O Projeto Panamazônia II é baseado apenas em produtos gratuitos, como o software SPRING, imagens MODIS e GEOCOVER. O INPE, através de sua estação em Cuiabá, Mato Grosso, grava imagens diárias do sensor MODIS, que são gratuitas e cobrem toda a área compreendida pela floresta tropical úmida da América do Sul. Estas imagens são georreferenciadas utilizando uma resolução espacial de 250 metros no terreno. Os outros produtos são gerados a partir do mosaico colorido de imagens Landsat, o GEOCOVER, disponibilizado também sem custo pela NASA, a agência espacial americana. As imagens deste mosaico, obtidas entre o período de 1999 e 2000, são ortorretificadas e georreferenciadas com resolução original de 14,25 metros. Para o Projeto Panamazônia II, o pixel do mosaico GEOCOVER foi reamostrado para 100 metros. A geração dos produtos de imagem está sendo feita pelo pesquisador Egídio Arai, também da Divisão de Sensoriamento Remoto do INPE.

Acesso aos Mapas
Os mapas em baixa resolução bem como informações adicionais sobre o Projeto estão disponíveis no endereço http://www.dsr.inpe.br/panamazon.htm. O acesso aos produtos em alta resolução é feito clicando duas vezes nas mesmas figuras.



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