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Relatório de Atividades do INCT para Mudanças Climáticas está disponível na web

por INPE
Publicado: Fev 24, 2011
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São José dos Campos-SP, 24 de fevereiro de 2011

Os principais resultados e destaques do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT-MC) em 2009 e 2010 estão disponíveis na Internet, nas versões em português e inglês. O Relatório de Atividades reúne informações sobre os 26 projetos de pesquisa integrantes dessa iniciativa.

Confira: http://www.ccst.inpe.br/inct/activity.php

O INCT para Mudanças Climáticas, com sede no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP), reúne a maior e mais abrangente rede interdisciplinar de instituições de pesquisa em meio ambiente no Brasil, envolvendo mais de 90 grupos de pesquisa de 65 instituições e universidades brasileiras e estrangeiras, com mais de 400 participantes. É um ambicioso empreendimento científico criado para prover informações de alta qualidade relevantes para ajudar o país a cumprir os objetivos do seu Plano Nacional sobre Mudança do Clima.

Os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia foram criados em 2008 pelo Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT). São financiados pelo Conselho de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) do MCT, pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) do Ministério da Educação (MEC) e por agências estaduais de fomento. Os INCTs do Estado de São Paulo recebem financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Atualmente, há 123 INCTs em funcionamento, cobrindo a maior parte das áreas da Ciência e da Tecnologia.

Destaques científicos

O Relatório de Atividades do INCT-MC traz, em seus destaques científicos, importantes resultados relacionados à base científica das mudanças climáticas, aos impactos, adaptação e vulnerabilidade às mudanças climáticas, à mitigação de seus efeitos e aos produtos tecnológicos necessários para enfrentar o desafio dessas alterações ambientais.

Cenários climáticos para a América do Sul, por exemplo, preveem que até o final do século XXI um forte aquecimento (4°C-6°C) aumentará o gradiente de temperatura entre o continente e o Oceano Atlântico Sul. Com esse aquecimento, as projeções apontam que as áreas do norte do continente, que compreendem a Amazônia e o Nordeste do Brasil, deverão experimentar deficiência de chuvas (com redução de até 40%), enquanto no sudeste da América do Sul, incluindo a bacia Paraná La Plata, as chuvas deverão aumentar cerca de 30% ate 2100.

Importantes avanços também foram obtidos na compreensão do papel que a Amazônia desempenha no sistema climático, incluindo as emissões de gases de efeito estufa e a influência do clima, da atividade do fogo e do desmatamento no equilíbrio dos ecossistemas da floresta tropical. Um estudo quantificou os efeitos das emissões de queimadas no balanço de radiação solar da floresta amazônica próxima a Manaus e a Porto Velho. As medições realizadas pelos pesquisadores mostram que até 30% da radiação solar está sendo absorvida pelos aerossóis (partículas em suspensão na atmosfera) emitidos por esses incêndios. Atualmente, investiga-se os efeitos das altas concentrações de aerossóis sobre a saúde das populações locais.

Na área de Megacidades, estudos detectaram que os eventos extremos de chuva (superiores a 50 mm/dia) na cidade de São Paulo tornaram-se mais frequentes e intensos desde 1960, e que esse aumento deve-se mais à urbanização - o efeito de ‘ilha de calor urbano’ - do que às mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global. Paralelamente a essas investigações, esse grupo de pesquisa gerou mapas de vulnerabilidade à mudança climática para a Região Metropolitana de São Paulo e um mapa preliminar para as enchentes, deslizamentos de terra e impactos na saúde para a cidade do Rio de Janeiro.

Ainda no âmbito do INCT-MC, foi lançada a segunda versão do SISMADEN - Sistema de Informação para a Redução de Risco de Desastres Naturais -, que inclui várias melhorias e correções em relação à primeira versão (www.dpi.inpe.br/sismaden). O SISMADEN é uma ferramenta gratuita, disponibilizada na Internet, que fornece dados e informações sobre desastres naturais iminentes.

Com a utilização do sistema, instituições sociais e esferas governamentais (como a Defesa Civil) podem prever a ocorrência desses eventos com alguns dias de antecedência, possibilitando a tomada de decisões e providências que minimizem seus impactos, salvando vidas e patrimônios.

Sobre o INCT para Mudanças Climáticas

O programa de pesquisa do INCT para Mudanças Climáticas está estruturado em quatro eixos: três científicos e um tecnológico:

• a base científica das mudanças ambientais globais;
• pesquisa sobre impactos, adaptação e vulnerabilidade;
• mitigação;
• desenvolvimento de produtos tecnológicos.

A principal meta do INCT para Mudanças Climáticas é fornecer informação científica de alta qualidade necessária para a) compreender o funcionamento do clima, sua variabilidade e suas mudanças e b) subsidiar as políticas públicas de mitigação e adaptação em níveis local, nacional e internacional.

Para alcançar essa meta, o INCT-MC busca: detectar mudanças ambientais no Brasil e na América do Sul e atribuir causas às mudanças observadas (por exemplo, o aquecimento global, mudanças dos usos e cobertura da terra, urbanização); desenvolver um modelo do sistema climático global necessário para gerar cenários futuros de mudanças ambientais globais e regionais (especialmente cenários em alta resolução do clima e de usos e cobertura do solo); estudar os impactos e identificar as vulnerabilidades às mudanças climáticas nos setores e sistemas-chave (ecossistemas e biodiversidade, agricultura, recursos hídricos, saúde humana, cidades, zonas costeiras, energias renováveis, economia), e desenvolver técnicas e metodologias necessárias para a mitigação das mudanças climáticas.

Ao lado da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede CLIMA), o INCT para Mudanças Climáticas é um dos dois pilares de pesquisa e desenvolvimento do Plano Nacional sobre Mudança do Clima. Em última instância, este INCT visa promover a compreensão da complexa dinâmica dos sistemas naturais e sociais interatuantes, para fornecer informações para a governança do Sistema Terrestre relevantes para o desenvolvimento regional e nacional.

Mais informações no site do INCT-MC:
 http://www.ccst.inpe.br/inct/




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