Você está aqui: INPE / Comunicação e Comunidade / Sala de Imprensa / Leia na íntegra

Notícia

INPE participa de expedição à nascente do Amazonas

por INPE
Publicado: Mai 16, 2007
Compartilhamento no FacebookCompartilhamento no Twitter

São José dos Campos-SP, 16 de maio de 2007

Imagem INPE participa de expedição à nascente do Amazonas

Uma expedição às nascentes do Amazonas pode colocar fim à dúvida sobre qual a verdadeira origem do provável mais extenso rio do mundo. Pela primeira vez, cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) partem para a Cordilheira dos Andes, no Peru, em busca da “verdadeira” nascente do Amazonas. Organizada pela RW Cine, dos documentaristas Paula Saldanha e Roberto Werneck, a Expedição Científica à Nascente do Rio Amazonas conta ainda com o apoio oficial do governo peruano, que também designou cientistas para acompanhar a delegação brasileira.

Os cientistas brasileiros irão tomar medidas de natureza cartográfica, hidrológica e ambiental. “Observamos nas imagens de satélite que o Amazonas se origina em uma das quebradas (córregos) que alimentam o rio Lloqueta, principal formador do Apurimac (Alto Ucayalli). Vamos tomar várias medidas nas duas quebradas principais, Carhuasanta e Apacheta. É apenas o início de uma série histórica de medidas hidrográficas que permitirá determinar qual das quebradas pode ser considerada a nascente”, adianta Oton Barros, pesquisador do INPE que integra a aventura científica. Serão 10 dias de expedição, que começa em 20 de maio. “De Arequipa até Chivay em veículos 4x4. A partir daí, são caminhadas até a nascente do Nevado Mismi, a 5.597 m de altitude, e quebrada Apacheta, no Nevado Queuisha, a 5.515 m de altitude”.

Utilizando técnicas de sensoriamento remoto, o pesquisador irá registrar as características ambientais e auxiliar na identificação da nascente em conjunto com o IBGE e a ANA. “Farei uma descrição ambiental expedita do entorno da nascente do rio. O trabalho de campo servirá para a validação da interpretação prévia dos dados de sensoriamento remoto como CBERS, Geocover e SRTM, além de outras imagens orbitais e modelos digitais do terreno. A verdade de campo será georreferenciada com auxílio de GPS”, explica Oton Barros. Depois de conferidas as informações obtidas em campo e a reinterpretação das imagens de satélites, os dados serão incorporados ao sistema de informações geográficas SPRING e difundidos através do Google Earth. Os relatórios gerados pelo INPE sobre a expedição estarão abertos à sociedade na internet.

No dia 31 de maio, os resultados das pesquisas em campo serão apresentados durante um seminário científico no Instituto Geográfico Nacional do Peru, em Lima, com a presença de representantes do Ministério das Relações Exteriores daquele país e dos pesquisadores do INPE, IBGE e ANA. Neste seminário, o INPE pretende compartilhar a experiência adquirida no estudo do Rio Amazonas por meio das ferramentas do Programa Espacial Brasileiro. O projeto Amazing Amazon já no início dos anos 90 buscava as origens do Rio Amazonas. Atualmente, o projeto Panamazônia, uma cooperação entre os países da América do Sul dentro do escopo da OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica), está fazendo o mapeamento completo da região e também inclui estudos sobre o Amazonas. Ambos os projetos têm a coordenação de Paulo Roberto Martini, pesquisador do INPE que apresentará os atuais estudos no seminário do Instituto Geográfico Nacional do Peru.


Imagem do satélite sino-brasileiro CBERS-2 do rio Lloqueta e suas duas principais quebradas (córregos). À direita a quebrada Carruahsanta e à esquerda a quebrada Apacheta


Logo INPE © Todas as matérias e imagens poderão ser reproduzidas, desde que citada a fonte.