Ministério da Ciência e Tecnologia
11/11/2009
Nº 343
INPE indica que a chance de raio ter causado blecaute é pequena

Análise feita pelos técnicos do Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espacias (INPE), utilizando um sistema único no país, desenvolvido após o apagão de 1999, indica que as chances de um raio ter sido a causa do apagão são mínimas. Embora houvesse uma tempestade na região próxima a Itabera no sul de São Paulo com atividade de descargas no horário do apagão, as descargas mais próximas do sistema elétrico estavam a cerca de 30 km da subestação de Itabera e a cerca de 10 km de uma das quatros linhas de Furnas de 750 kV e cerca de 2 km de uma das outra linhas de 600 kV, que saem de Itaipu em direção a São Paulo. Além disso, a baixa intensidade da descarga registrada (menor que 20 kA) não seria capaz de produzir um desligamento da linha, mesmo que incidisse diretamente sobre ela, como também confirma a Rede Brasileira de Detecção de Descargas (BrasilDat), que estava no momento do apagão operando com ótimo desempenho. Em geral, apenas descargas com intensidade superiores a 100 kA, atingindo diretamente uma linha, podem causar um desligamento de linhas de transmissão operando com tensões tão elevadas como as linhas de Itaipu (duas de 600 kV e duas de 750 kV).
Fonte: ELAT