Trânsito de Mercúrio no Miniobservatório Astronômico do INPE
São José dos Campos, 11 de Novembro de 2019
Venha acompanhar no INPE de São José dos Campos (SP) a passagem do planeta Mercúrio em frente do Sol.
Pesquisadores da Divisão de Astrofísica e estudantes da Pós-Graduação em Astrofísica do INPE irão recepcionar os visitantes no Miniobservatório Astronômico, onde um telescópio óptico com filtro solar estará dedicado à observação do fenômeno astronômico. Duas palestras serão oferecidas: uma na parte da manhã e outra na parte da tarde.
Quando Mercúrio ou Vênus passa na frente do disco do Sol segundo o ponto de vista de um observador na Terra, denominamos de trânsito planetário (que simplesmente é um eclipse parcial da fonte luminosa) já que o planeta não oculta totalmente o Sol (fonte).
Os trânsitos de Mercúrio e Vênus observados de diferentes locais da Terra (que irão ocorrer em instantes de tempo ligeiramente diferentes devido ao efeito de paralaxe) foram utilizados para medir a distância da Terra ao Sol considerando em conjunto uma das leis do movimento planetário (Lei dos Períodos, Período2 proporcional a distância3), definindo assim a Unidade Astronômica (UA), que corresponde ao semi-eixo maior da órbita elíptica da Terra em torno do Sol. A Unidade Astronômica é uma das unidades usadas para medir distâncias e dimensões de corpos celestes.
Trânsitos planetários são também observados em outras estrelas hospedeiras de planetas. São causados pelos denominados planetas extrassolares, ou exoplanetas (derivado do termo Inglês exoplanet), que têm seus planos orbitais pouco inclinados com respeito à linha de visada observador-estrela.
Um trânsito planetário consiste numa das técnicas observacionais para a detecção e descoberta de planetas fora do Sistema Solar. Um dos prêmios Nobel de Física de 2019 foi justamente para dois astrônomos (Michel Mayor e Didier Queloz) que descobriram em 1995 o primeiro planeta extrassolar por meio da técnica do trânsito. O planeta descoberto orbita uma estrela de tipo solar chamada de 51 Pégaso, distante cerca de 50,5 anos-luz ou 3.200.000 UA da Terra.
A passagem de um planeta em frente de sua estrela faz diminuir ligeiramente o brilho da estrela durante um intervalo de tempo que depende da distância do planeta até a estrela. A diminuição relativa do brilho é determinada pela razão de tamanhos entre o planeta e a estrela elevada ao quadrado, ou seja, é devido a uma razão de áreas projetadas dos dois corpos. O intervalo de tempo com que se repete um trânsito planetário de um dado planeta equivale ao período orbital do planeta ao redor da estrela e está diretamente ligado a sua distância média a estrela (ou semi-eixo maior da órbita elíptica). Deste modo, a técnica de trânsito nos fornece o tamanho do planeta e sua órbita ao redor de sua estrela.
