Você está aqui: INPE / Comunicação e Comunidade / Sala de Imprensa / Leia na íntegra

Notícia

Problema de energia causa desligamento temporário do CBERS-2

por INPE
Publicado: Mai 29, 2006
Compartilhamento no FacebookCompartilhamento no Twitter

São José dos Campos-SP, 29 de maio de 2006

Imagem Problema de energia causa desligamento temporário do CBERS-2

O CBERS-2 (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) foi lançado em 21 de outubro de 2003, com uma vida útil projetada para dois anos. Em outubro de 2005, o CBERS-2 atingiu os dois anos de vida previstos. A data foi comemorada com um Seminário em que importantes instituições brasileiras (IBGE, INCRA, Petrobras, Embrapa, SEFAZ-GO, etc.) apresentaram resultados mostrando os impactos positivos que o CBERS tem em suas atividades e projetos.

Embora os satélites tenham uma projeção de tempo de vida útil, podem ocorrer problemas técnicos durante sua atividade no espaço. Diante de cada situação de anormalidade, são feitos testes e estudos para identificar precisamente o problema e definir que ações devem ser tomadas de modo a prejudicar o menos possível os usuários, minimizar os riscos ao satélite, preservar e estender sua vida em órbita.

Nesses 31 meses de operação do CBERS-2 no espaço, ocorreram dois eventos que devem ser destacados. O primeiro foi em abril de 2005, quando uma das suas duas baterias apresentou problemas. Após os testes e identificação do problema, decidiu-se que apenas uma das suas três câmeras, a Câmera Imageadora de Alta Resolução (CCD), deveria continuar em operação. Ao mesmo tempo, definiram-se os tempos e modos de operação em cada órbita a fim de preservar e estender a vida operativa do satélite no espaço.

No final de abril deste ano, o CBERS apresentou um problema inesperado: não houve o desligamento automático da câmera CCD no momento previsto e a bateria restante ficou sobrecarregada. Diante disso, decidiu-se manter a câmera CCD desligada até que os testes e análises fossem feitos para identificar as causas do problema. Os usuários foram notificados desse problema e da interrupção temporária da aquisição de dados pelo CBERS. Como o ciclo de revisita do CBERS é de 26 dias, em virtude deste problema deixou-se de ter um ciclo de imageamento.

Os técnicos do Brasil e da China continuam as análises, e os testes feitos até então são satisfatórios. O problema foi causado provavelmente por mau funcionamento em um dispositivo que controla o fornecimento de energia elétrica para a câmera. Está em estudo um novo modo de operação para breve, com uma leve redução do tempo em que a Câmera ficará ligada em cada órbita. O objetivo é sempre atender ao máximo aos usuários e minimizar o risco ao satélite, com vistas a estender sua vida, que já está além do previsto.

Durante esses 31 meses de operação e até a ocorrência deste último problema, o CBERS operou em mais de 98% dos dias, mostrando uma alta performance. Nesse período, o Brasil foi recoberto integralmente por mais de 35 vezes, e mais de 200.000 imagens foram distribuídas a milhares de usuários de mais de 1.500 instituições brasileiras. O catálogo com as imagens coletadas pelo CBERS está disponível e as imagens podem ser obtidas gratuitamente a partir do endereço http://www.cbers.inpe.br.

Sobre o Programa CBERS
O Programa Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS) teve início em julho de 1988, quando foi assinado um acordo de cooperação entre Brasil e China para o desenvolvimento conjunto de dois satélites de observação da Terra. O programa previa o uso dos recursos financeiros e da capacidade técnica dos dois países para estabelecer um sistema completo de sensoriamento remoto competitivo e compatível com as necessidades de cada um.

Na China, a implementação do Programa CBERS ficou a cargo da CAST (Chinese Academy of Space Technology/Academia Chinesa de Tecnologia Espacial) e no Brasil, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

O primeiro satélite, CBERS-1, foi lançado da China em outubro de 1999 e operou com sucesso por quase quatro anos, até agosto de 2003. A vida útil prevista para esse satélite era de dois anos. O segundo satélite, CBERS-2 - uma réplica do CBERS-1, foi lançado em outubro de 2003.

Os dois primeiros satélites da família CBERS foram equipados com três câmeras para observação da superfície do Planeta, nas regiões do espectro eletromagnético correspondentes ao infravermelho e ao visível. A câmera CCD fornece imagens de uma faixa de 113 km de largura, com uma resolução de 20 m. A câmera de varredura IRMSS tem quatro faixas espectrais e estende o espectro de observação do CBERS até o infravermelho termal. O IRMSS produz imagens de uma faixa de 120 km de largura com uma resolução de 80 m (160 m no canal termal). A câmera WFI, de largo campo de visada, produz imagens de uma faixa de 890 km de largura, permitindo a obtenção de cartas-imagens com resolução espacial de 260 m.

As aplicações das imagens obtidas a partir dos satélites CBERS são as mais variadas, desde mapas de queimadas e desflorestamento da região amazônica, até estudos na área de desenvolvimento urbano nas grandes capitais do País.

Em 2007, será lançado o CBERS-2B, com o objetivo de garantir a continuidade do fornecimento das imagens geradas pelo CBERS-2. Paralelamente, serão desenvolvidos os CBERS-3 e CBERS-4, com características mais avançadas do que seus três antecessores.


Logo INPE © Todas as matérias e imagens poderão ser reproduzidas, desde que citada a fonte.