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Brasil e China estudam anomalia no CBERS-2

por INPE
Publicado: Abr 20, 2005
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São José dos Campos-SP, 20 de abril de 2005

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, e a Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST - Chinese Academy of Space Technology) interromperam o registro de imagens do CBERS-2 (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) para avaliar as anomalias apresentadas pelo satélite na última semana.

 

Na passagem do satélite CBERS-2 sobre o Brasil na manhã do dia 13 de abril de 2005, detectou-se uma falha no circuito de carga da bateria. Em conseqüência, foram suspensas as operações de rotina e iniciou-se uma avaliação para determinar a razão do defeito e estimar suas eventuais conseqüências sobre as operações do CBERS-2.

 

Técnicos brasileiros e chineses, parceiros no projeto CBERS, realizam testes de imageamento com os sensores, tanto sobre o Brasil quanto sobre a China. A expectativa é de que o funcionamento se regularize nos próximos dias.

 

Desde junho de 2004, quando teve início a Política de Distribuição de Imagens CBERS gratuitamente para usuários do território nacional, cerca de 95 mil cenas já foram distribuídas, colocando o INPE como a instituição que mais distribui imagens de satélite no mundo.

 

Sobre o Programa CBERS

 

O Programa Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS) teve início em julho de 1988, quando foi assinado um acordo de cooperação entre Brasil e China para o desenvolvimento conjunto de dois satélites de observação da Terra. O programa previa o uso dos recursos financeiros e da capacidade técnica dos dois países para estabelecer um sistema completo de sensoriamento remoto competitivo e compatível com as necessidades de cada um.

 

Na China, a implementação do Programa CBERS ficou a cargo da CAST (Chinese Academy of Space Technology/Academia Chinesa de Tecnologia Espacial) e no Brasil, do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

 

O primeiro satélite, CBERS-1, foi lançado da China em outubro de 1999 e operou com sucesso por quase quatro anos, até agosto de 2003. A vida útil prevista para esse satélite era de dois anos. O segundo satélite, CBERS-2 - uma réplica do CBERS-1, foi lançado em outubro de 2003.

 

Os dois primeiros satélites da família CBERS estão equipados com três câmeras para observação da superfície do planeta, nas regiões do espectro eletromagnético correspondentes ao infravermelho e ao visível. A câmera CCD fornece imagens de uma faixa de 113 km de largura, com uma resolução de 20 m.

 

A câmera de varredura IRMSS tem quatro faixas espectrais e estende o espectro de observação do CBERS até o infravermelho termal. O IRMSS produz imagens de uma faixa de 120 km de largura com uma resolução de 80 m (160 m no canal termal). A câmera WFI, de largo campo de visada, produz imagens de uma faixa de 890 km de largura, permitindo a obtenção de cartas-imagens com resolução espacial de 260 m.

 

Cada satélite foi equipado com um repetidor para coleta de dados, em apoio à operação do Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais. As aplicações das imagens obtidas a partir dos satélites CBERS são as mais variadas, desde mapas de queimadas e desflorestamento da região amazônica, até estudos na área de desenvolvimento urbano nas grandes capitais do país.

 

Em 2006, está previsto o lançamento do CBERS-2B, com o objetivo de garantir a continuidade do fornecimento das imagens geradas pelo CBERS-2. Paralelamente, serão desenvolvidos os CBERS-3 e CBERS-4, com características mais avançadas do que seus três antecessores. O lançamento do CBERS-3 está previsto para 2008 e o do CBERS-4, para 2010.

 

Enquanto que na cooperação relativa aos satélites CBERS-1 e CBERS-2 as participações brasileira e chinesa foram de 30% e 70%, respectivamente, no novo acordo a participação brasileira foi ampliada para 50%, igualando a nossa responsabilidade à do lado chinês. O investimento do lado brasileiro para os CBERS-3 e CBERS-4 será da ordem de US$ 150 milhões.


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