Você está aqui: INPE / Comunicação e Comunidade / Sala de Imprensa / Leia na íntegra

Notícia

CRA/INPE mapeia vegetação secundária do Pará, Mato Grosso e Amapá

por INPE
Publicado: Ago 28, 2009
Compartilhamento no FacebookCompartilhamento no Twitter

São José dos Campos-SP, 28 de agosto de 2009

Imagem CRA/INPE mapeia vegetação secundária do Pará, Mato Grosso e Amapá

Mapeamento da vegetação secundária feito pelo Centro Regional da Amazônia do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CRA/INPE) indica que pelo menos 20% das áreas que sofreram corte raso na Amazônia Legal já estão em processo de regeneração. Os primeiros resultados deste trabalho pioneiro, referentes aos estados do Pará, Mato Grosso e Amapá, foram apresentados nesta sexta-feira 28/8) durante a inauguração do CRA/INPE, em Belém.

O mapeamento revela que dos 233.399 Km² desflorestados no Pará em 2007, 51.406 Km² já estão em processo de regeneração. Isso significa que, em 22% das áreas anteriormente desmatadas no Pará, a floresta já cresceu o suficiente para que o satélite indique a cobertura vegetal nestes locais. Essa regeneração costuma levar de dois a três anos até que seja visível nas imagens.

No Amapá, o estudo apontou percentual de regeneração de 25%, pois foram encontrados 619,77 Km² de vegetação secundária ante os 2.440,30 Km² desflorestados. Do total de 201.798 Km² desflorestados no Mato Grosso, 11% ou 22.611,38 Km² estão em processo de regeneração.

Este monitoramento, que será anual, permitirá avaliar o tempo de vida de uma vegetação secundária (a mata que cresce o local depois que a floresta nativa é retirada) para monitorar o balanço de carbono na região. Os pesquisadores precisam saber o quanto de carbono se fixa a partir da regeneração da floresta secundária e o quanto se perde após um novo corte, visto que ciclo da agricultura e pecuária na região utiliza a recuperação e derrubada dessas áreas.

CRA/INPE
A nova unidade do INPE em Belém funciona temporariamente na sede da Embrapa Amazônia Oriental. Nesta sexta-feira, tomou posse como chefe do CRA/INPE Cláudio Almeida, engenheiro agrônomo e mestre em sensoriamento remoto e geoprocessamento que trabalha no monitoramento da Amazônia há mais de 15 anos.

Participaram da cerimônia de posse o diretor-geral do INPE, Gilberto Câmara, coordenador dos Centros Regionais e vice-diretor, João Braga; e o coordenador do Programa Amazônia, Dalton Valeriano, entre outros dirigentes e pesquisadores do Instituto. Também estiveram presentes o secretário de Ciência e Tecnologia do Pará, Maurílio de Abreu Monteiro; o diretor da Embrapa Amazônia Oriental, Cláudio Carvalho; a diretora do Museu Emilio Goeldi, Ima Vieira; o diretor do Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará, Peter Toledo; o diretor-presidente da FAPESPA, Ubiratan Holanda Bezerra; além de representantes de universidades e instituições técnico-científicas da região. Fundado em 1961 e com sede em São José dos Campos (SP), o INPE possui Centros Regionais em Natal (RN), Santa Maria (RS) e agora em Belém (PA). 

O INPE atua no monitoramento do desmatamento da Amazônia desde a década de 80. Já são 14 funcionários em Belém e dentro de no máximo cinco anos todos os trabalhos de monitoramento da Amazônia serão executados integralmente no CRA/INPE.

Tecnologia
Baseado em imagens de satélites, o monitoramento do desmatamento na Amazônia feito pelo INPE é reconhecido internacionalmente por sua excelência e pioneirismo. Com 20 anos de história, o PRODES é considerado o maior programa de acompanhamento de florestas do mundo, por cobrir 4 milhões de Km² todos os anos. Seu resultado revela a taxa anual do desmatamento por corte raso na Amazônia brasileira e tem orientado a formulação de políticas públicas para a região.

Desde 2004, o INPE também opera o sistema DETER - Detecção de Desmatamento em Tempo Real. Menos detalhado do que o PRODES - por utilizar sensores que cobrem a Amazônia com maior freqüência, porém com imagens de menor resolução espacial - o DETER é mais abrangente e inclui tanto o corte raso quanto as ocorrências de degradação florestal. Em 2008, o aumento da degradação indicado pelo DETER motivou a criação do DEGRAD. O mapeamento da vegetação secundária é mais um resultado pioneiro do aperfeiçoamento da tecnologia desenvolvida pelo INPE para o monitoramento da Amazônia.


Floresta secundária



Logo INPE © Todas as matérias e imagens poderão ser reproduzidas, desde que citada a fonte.